As constantes faltas d´água, de
energia elétrica e o calor excessivo dos últimos dias tem prejudicado o ensino
em várias escolas e núcleos escolares, creches, da Rede Pública Municipal do
município de Marechal Deodoro.
Em Taperaguá, Barra Nova,
Massagueira, o trabalho tem continuado graças à coragem de algumas diretoras de
escolas e creches que mesmo com as faltas d´água mantém os serviços
educacionais funcionando, mesmo sob riscos.
“Os alunos já chegam procurando
água, isso é porque falta da casa deles também, não é só aqui”, afirmou uma
coordenadora.
Na Barra Nova, a creche, segundo
apurou nossa redação, também continuou funcionando, apesar de se saber do sofrimento
das crianças com o calor excessivo. “Sem energia elétrica, os bichinhos ficam
até sem ventilador”, afirma uma das mães, “mas nós sabemos que não é culpa das
funcionárias, elas trabalham direitinho”, disse Tânia, “mas é um sofrimento”,
acrescenta. “Imagine, sem água e sem ventilador”, afirmou.
Outros itens como a falta de um
plano emergencial para funcionamento mesmo durante a escassez, e precariedades
no abastecimento de caixas d´água de escolas e extensões tem forçado alguns
funcionários a saírem de seus setores habituais, para colher água em hidrantes
destinados a apagar incêndios, e utilizarem inclusive as mangueiras de
emergência para encherem baldes com água “da rua”, que é como chamam a água não
tratada, para darem às crianças e amenizarem o calor e a sede.
Além disso, o trabalho de
produção da merenda e lavagem de utensílios tem sido feitos em pátios, e
corredores o que não é procedimento para um setor público. “Mas se a gente não
faz, perde o lugar, vem outra pessoa e faz, isso aqui é a nossa vida, nossos
filhos, parentes, vizinhos estudam aqui”, afirma Neide, funcionária de serviço
gerais.
“Parece que quando não tem água,
as crianças ficam com mais sede”, afirma uma das professoras do Projeto Mais
Educação, responsável pela permanência por mais tempo da criança na escola e
adotado no município. “Como vamos fazer?”, questiona uma das funcionárias, “se
continuar assim, é o caos, fica complicado fazer merenda”, deduz Elizângela, nome
fictício de uma professora de Educação Física.
A responsabilidade pela
continuação do dia letivo fica a cargo mesmo da diretora ou diretor da escola e
dos professores, que ficam com boa parte da aula na missão de formar filas e
acompanhar os alunos na nova tarefa, a de dar água aos pequenos.
A falta de energia elétrica
também tem prejudicado bastante na hora da lição, salas escuras e mal
ventiladas naturalmente, viram um forno depois das 10 horas. “Tenta-se abrir
uma janela, outra, para ver se chega luz, quando está sem energia”, afirma umas
das professoras.
Ao final do dia de ontem, a energia
teimava em voltar, beirando queimar os equipamentos elétricos, mas já era o 2º
dia assim.
A secretaria de Educação do
Município de Marechal Deodoro não atendeu nossa equipe de reportagem.