terça-feira, 24 de agosto de 2010

CIEA se reúne em Maceió







Oi Pessoal, essa aí foi a reunião da Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental analisando e adaptando o regimento interno às possibilidades regimentais. Foi na Fits, hoje pela manhã, tinha um monte de gente de secretaria, a de meio-ambiente tbm, e algumas ongs e coletivo jovem de Alagoas. Vamos em frente ver se dá em algo para a educação ambiental, né.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Feriado de Nossa Senhora dos Prazeres e Caos no Posto de Saúde da PT em AL




Este é o posto de saúde Oswaldo Brandão Vilela na Ponta da Terra, Maceió-AL. Essa é a fila para marcação de consultas, gineco e clínico e outros. Não tem nem 30 pessoas na fila, mas já acabaram as fichas para todos. Segundo o atendente o motivo: o feriado da padroeira na sexta-feira dia 27 fez diminuir a quantidade de fichas de 60 para 20, nesta semana. A solução dele: chegar na meia-noite do domingo... É aproveita pra acender as velinhas, porque para marcar nesse posto só com um milagre de Nossa Senhora dos Prazeres... Gente tinha que ver que feio, idoso por cima de idoso gritando não empurra...


quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Engarrafamento

Ontem um engarrafamento enoooorme no Centro, no trilho do trem, perto da Buarque de Macedo, me fez chegar atrasada na aula de arte. Podiam pelo menos colocar um guarda de trânsito no local! Afinal a gente paga imposto para isso, não é?

domingo, 15 de agosto de 2010

Entulhos multiplicam em Maceió

redação desta jornalista.
A multiplicação de entulhos acontece por falta de fiscalização em Maceió. 30% dos resíduos da construção civil são gerados por grande construtoras. O Conselho Nacional do Meio-Ambiente (CONAMA) que regulamenta através da Resolução 307, aprovada desde 5 de julho de 2002, o devido encaminhamento para os resíduos da construção civil, pretende reduzir o impacto ambiental do despejo desses materiais. Para isso, o CONAMA conta com a fiscalização das secretarias municipais do Meio-Ambiente em todo país, para que haja, não apenas a redução de emissão desses resíduos da construção civil, mas também o controle de áreas não-autorizadas para o despejo desses materiais, que por serem mal-aproveitados, acabam se transformando nos chamados entulhos.
Outro dispositivo que deveria estar funcionando no intuito de melhorar as condições sanitárias da cidade de Maceió, é o código de Limpeza Urbana do Município, criado pela Lei municipal 4.301/94, durante a gestão do prefeito na época e ex-governador,Ronaldo Lessa. O código estabelece normas de acondicionamento do lixo de vários tipos em recipientes apropriados denominados contenedores. Os recipientes são obrigatório, segundo a lei, para lixos tais como: hospitalar, biológico, provenientes de postos de lubrificação, ou de lavagem de veículo ou similares, lixo industrial, cuja produção exceda o limite de 500 litros, ou lixo comercial cujo volume exceda 100 litros em 24 horas, entre outros.
A devida aplicação do Código de Limpeza Urbana do Município implicaria em obrigatoriedade de contenedores para separação adequada de materiais possivelmente reutilizáveis, ou recicláveis. No artigo 15 da lei, diz que, "todos os edifícios de apartamentos deverão dispor de um contenedor para lixo reciclável (lixo seco) e um contenedor para lixo normal (lixo molhado) acondicionável por 48 horas", mas por falta de controle e fiscalização, isto não ocorre.

sábado, 14 de agosto de 2010

Jornalista-Gafanhoto na Bienal Paulista

MESA REDONDA DROGAS E PAZ DEDICADA A HERZOG E FREITAS NETO POR CABRAL EM SP,ONDE ONDE VOO DO GAFANHOITO É RELANÇADO NA 21a BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO POR EDITORA LIMIARdA REDAÇÃO O sindicato dos jornalistas do estado de S. Paulo viveu ontem à noite um momento de grande lucidez política e editorial com a realização da mesa redonda de lançamento do romance-reportagem O VOO DO GAFANHOTO, de Reinaldo Cabral. A conversa entre Cabral e os componentes da mesa, o presidente guto, o ex-presidente dosm jornalistas paulistas, Audalio Dantas, e o escritor e também jornalista Mouzar Benedito foi tão rica e longa,que acabou quase a meia noite na porta do predio da rua Rego Freitas, sobreloja da Vila Buarque,onde se localiza, com os jornalistas recordando a época em que debaixo dos predios das redações ficavam os barzinhos onde eles encerravam suas noitadas tomando cervejas e mais cervejas e contando as piadas do dia.Pois era assim as antigas redações dos verdadeiros jornais e não dos pastelões de hoje, como sempre frisava dantas,um alagoano que tem 50 anos de são Paulo.DE VOLTA AOS TRÓPICOSAo abrir a mesa redonda, cabral disse que dedicava seu regresso ao sindicato,35 anos depois, para participar do evento aos jornalistas históricos vladimir Herzog - sobre quem Audalio está escrevendo um livro a ser lançadoi ainda este ano - e ao também inesquecível jornalista Freitas Neto porque ambos dedicaram suas vidas ao jornalismo e à verdade. Vlado foi assassinado pela ditadura, e essa historia audálio está escrevendo em detalhes e Freitas morreu atrás de um sonho, o de conhecer de perto a revolução cubana: o avião do governo de Castro em que ele contornava Havana caiu nas águas turbulentas da ilha e Freitinhas morreu afogado junto com a mulher.O editor da importante Limiar, Norian, compareceu ao evento para conhecer Cabral. Aproveitou e o convidou para relançar o livro no estande da editora na abertura da 21a. bienal internacional do livro a realizar-se de amanhã,12, a 21 próximo no Anhembi, mas como Cabral quase morre congelado na madrugada de hoje,11, no hotel Filadelfias, em Pinheirtos,onde está hospedado região paulista em que a temperatura ciou para menos de 10 graus, Cabral pediu ao escritor Mouzar Benedicto para representá-lo na bienal e pegou às pressas um avião de volta a Maceió. http://www.aalong.com.br/ler.php?id=527&tab=2

Teimosos Culturais

O Edital do BNB movimentou até ontem os interessados em fazer cultura em Alagoas. Mas não foi para todos não... Quem deixou para a última hora teve que gastar com as exigências de vias (6) e forma de envio postal (AR) a bagatela mínima de 24 reais. Acho que nem todo mundo tem essa grana para investir em algo que acaba como um bilhete na concorrência pelo prêmio da conquista de patrocínio. Depois disso tudo tem ainda o fazer cultural, que é mais importante e sua devida divulgação e prestigio pelos colegas que muitas vezes nem se dão o trabalho de ir à apresentação da arte alheia... rs. Mas enfim estamos lisos e concorrendo, torcida positiva, abraço aos incentivadores do planejar cultural, pessoal da Aalong-Amaja, Reinaldo e Ângela, valeu a força pessoal. Agora é aguardar o dia D do resultado... Ah, teimosos culturais somos nós e todos aqueles que teimam em fazer cultura em Alagoas, em pedir pelo amor de Deus que tenhamos espaço, e que nossos pares não nos ignorem, ou o façam para nos incentivar... Agradeço também à Perolina do Sua Majestade, o Circo, valeu Peró, pela força e incentivo logístico e psicólógico no último segundo. e aos meninos que cederam lugar para eu terminar isso tudo e voltar logo para casa e por meu filho para dormir! abração...

domingo, 8 de agosto de 2010

Dia dos Pais

Hoje é dia dele. Papai querido, muito obrigada por tudo!!! Por me ajudar a existir, por estar do meu lado me ajudando quando eu precisava, por ter sido escolhido e escolher minha mãe para me terem como filha. Ai vai meu feliz dia dos pais. Hoje o que mais eu sinto falta é de ver, ouvir o teu sorriso e ver e sentir que está tudo bem, como acontecia quando eu o ouvia. Ai vai queridão, quem sabe no próximo domingo dia dos pais estaremos todos juntos, e com o netão também. Ai ou aqui. Abraço e muitos beijões.

sábado, 7 de agosto de 2010

Rede de blogs

O jornalista-gafanhoto, Reinaldo Cabral, está coordenando a convocação aos interessados em participar da rede de blogs de Alagoas. A segunda reunião de blogs se deu hoje a tarde, na sede da ong dos Moradores e Amigos do Jacintinho -AMAJA- e da Associação de ongs de Alagoas - AALONG. O encontro visa a formação da maior rede de blogs de Alagoas, que se juntará a uma rede regional com blogs de todo nordeste. Todos serão vistos na página do site da Aalong - www.aalong.com.br/ e posteriormente no site www.onordeste.com/ O projeto tem elementos simples: a disposição e criação de uma rede de comunicadores capazes de formar a maior rede de blogs da região e juntos formarão o maior jornal de internet do nordeste brasileiro. Um ACORDO de atuação está sendo estudado durante as reuniões. Os interessados em participar deverão enviar email para o endereço: raquelbrandaofm@hotmail.com / contendo as seguintes informações: nome; endereço; telefone; cep; celular; msn; email; endereço do blog; data de nascimento e atividade profissional.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Comunicação

As pessoas se expressam de um jeito todo especial. De um lado falam se utilizando de toda sua capacidade comunicativa, e de outro tentam entendê-la com toda sua possibilidade comunicativa. Traduzindo constantemente para sua compreensão. Uma arte!

Além disso tem a música que se forma com os fonemas das sílabas, pano de fundo para uma outra compreensão dimensional.

Se eu falo, você me escuta. Mas entende o que eu digo? Poucas pessoas se dispõe a interpretar.

Cultura Afro movimenta Alagoas


Gente é bem interessante esse seminário. Quem for pesquisador da área, produtor, artista, arte-educador, jornalista, comunicador e demais devem comparecer e participar. A ficha de inscrição está no blog http://www.multiplosolharesalagoas.blogspot.com/ dá uma olhadinha lá. fui.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Aulas de artes

Então. Desde que me chamaram para assumir algo tão especial como a capacidade de dar aulas de artes, tenho me incumbido da tarefa de planejar minhas atividades. Já faz mais de um mês issso e é um pouco como pisar num palco. Onde todos somos os atores: eu e os alunos, porque dou aula se eles quiserem, ou ficamos puxando uma corda até ver aonde estoura e assim não funciona. Ainda bem que está funcionando e nós estamos conseguindo trocar nossas figurinhas... Hoje nossa aula pretende, na parte mais dinâmica, digo depois daquela burocrática de dar presença, nossa aula pretende buscar a relação variante entre peso e espaço, nas variadas combinações de pequeno, médio e grande com leve, super leve, pesado, super pesado e normal. Além dessas sugestões ainda temos a pretensão de iniciar a conversa sobre movimentos retos, ou diretos e circulares ou indiretos. No que isso vai dar, algu ensinamento vivencial espero, que é a tarefa para casa, que eles irão trazer na próxima aula... complexo, nada, melhor na prática...

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O Habitat natural


Estivemos em Penedo, cidade alagoana, sexta-feira. Essa imagem é do ponto esperando a linha 2 para ir a casa de Catarina e Ana Sophia e Márcio. Surpresa! Mágica! Ao chegar lá tinha um super almoço: macarrão parafuso ao molho de atum. Hum! Delícia! Incrível que tivemos esse tempo mágico de ir na casa da amiga. Breve estaremos de volta para fazer a prova! Coloquei esta foto também porque achei que tem a ver com a postagem anterior sobre as formigas... Acredito que elas tenham um caminho nesta árvore... Observem o traçado antigo das contruções ao fundo da praça, será neo gótico?

As Formigas e as Sementes de Tamarindo

Continuo aquele nosso assunto sobre as formigas, pois que me chegou aos ouvidos a notícia que num determinado replantio numa área devastada, onde se plantaria duas ou três vezes mais a quantidade anterior de árvores, o que já está ficando de praxe para amenizar o trantorno ambiental causado por estas infalíveis derrubadas, se colocam simultaneamente às sementes das novas árvores, sementes de tamarindo. O feito se deve à preferência dada pelas formigas a este tipo de árvore, tamarindo, em relação ao outro que se quer ver crescer, pois que elas não perdoariam as sementinhas... Ora, mas se tudo com elas tem solução, porquê atribuir às bichinhas o desgosto pela proliferação da espécie? Se estão em maior número e isto é visível, é devido ao inconsequente desequilibrio ambiental e avanço pelo homem na natureza visando um consumo destrutivo. Salvemos as formigas, salvemos o planeta. Não sobreviveremos se elas não viverem conosco... Sementes de tamarindo para elas, sim.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

O Sorriso de Monalisa


Em primeiro lugar quero confirmar que fiz minhas doações para as vítimas das chuvas em AL. Na medida do possível claro, porque ninguém é tão pobre que não tenha o que doar e ninguém é tão rico que não tenha nada a receber. Em segundo lugar gostaria de compartilhar o que tenho ouvido, de lamentável e comentar o evento do ponto de vista metereológico... Nos dias´úteis seguintes ao desastre, uns três dias depois, quando soubemos das primeiras notícias sobre o que aconteceu no interior, fui a algumas repartições públicas dar andamento num processo de interesse meu, quando me deparei com o seguinte comentário. Estaria sendo investigado a possibilidade de ter sido o evento das enchentes criminoso! Da seguinte forma, alguém teria aberto as comportas de uma das barragens por onde o rio teria sido represado. Talvez a não abertura não tivesse evitado a enchente, mas talvez fizesse dela algo menos destrutivo. Outro fato é que já se falava que algumas dessas barragens estariam com sua estrutura comprometida por fissuras. E por quê não tomaram providências preventivas???? Me diga como é que num mundo de hoje com televisão e telefone celular, não se faz um alerta na tv aberta avisando para as pessoas o que está se passando e que elas podem ser afetadas por uma enxurrada a qualquer momento? Se estas cidades já tinham esse alerta de possível enchente, como não havia um posto de observação ou funcionários públicos contratados para tal função, visto que desde a colonização já tinhamos postos de observação contra invasores??? Gostaria de não ter que juntar fatos com consequências, e lembrar que para alguns políticos essas catastrofes vieram em ótima hora. Donativos e doações nas vésperas da campanha política de 2010. Tudo muito perfeito para não dizer criminoso se não foi acidental. Me mantenho na minha inocência e vejo isso como normal? Pense comigo quantos desses milhões que virão para a reconstrução de cidades nos mesmos locais, pelo menos aqui em Alagoas não se fala em projetos adaptados para novas possíveis enchentes, inclusive já estão reconstruindo em cima dos destroços e novas chuvas estão por vir. Quantos desses milhões ajudarão os candidatos ao governo, atuais representantes públicos, ou ex-representantes a chegarem aonde querem com dinheiro público? Gostaria de manter minha inocência e não saber e não cogitar, mas impossível me manter no sorriso de Monalisa.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

As várias faces de Deus...

Desde que meu filho foi anunciado numa crescente barriga envolto numa bolsa d´água e fina película ao redor que percebo a presença de Deus constante em minha vida. É como se ver alguém mandado por Ele e cuidar desse ser que me foi enviado fosse a própria oração em si. Não me imagino deixando meu filho para louvar um Deus que me incumbiu da missão de cuidar. Não seria coerente. Ao mesmo tempo, muitas vezes, me senti cobrada por ter deixado de realizar algumas tarefas, em função dessa nova missão. Recentemente fui ouvindo e observando que era isso mesmo, isso que estou fazendo, que é o certo. Ser mãe é a forma mais singela e subjetiva de seguir os mandamentos, de servir ao próximo, afinal, quem mais próximo de mim do que meu próprio filho? Aceito e agradeço todos os dias minha nova missão. Delícia função de amamentar, e comer para ele ter o que mamar, escolher bons alimentos e recusar outros em função do resultado que será para ele. E ensinar, e ensinar, trabalhosa a tarefa, mas deliciosa a recompensa de sentir e estar bem pertinho de Deus.

domingo, 13 de junho de 2010

Uma limpeza... na alma.


Então, uma boa limpeza começa com uma boa dose de insatifação com toda aquela poeira! Depois você fica olhando e se motivando em saber que você merece e pode fazer daquele um lugar mais limpo! Por fim põe a mão na massa. Não a mãe na massa... Que pedir sempre é mais fácil que fazer. Mas saber que vc foi capaz de tornar aquele desastre empoeirado em um ligar apreciável de se ver muda muita coisa dentro e fora de vc e na sua vida. Aí com um pano limpo na mão vai esfregando e encontrando aquele brilho fosco inicial, seguido de um brilho límpido fruto da limpeza. Tem outra coisa, muitas vezes vc limpa ao mesmo tempo algo dentro de vc. Seja uma mágoa, ou uma raiva, ou uma situação mal resolvida... Vale mesmo a pena encontrar essa força de vontade dentro da gente e tranformar isso em ação. Que alívio no final de tudo.. Mas não se aborreça se no dia seguinte já tiver uma poeirinha, faz parte da vida tbm. Basta estar limpo para começar a sujar... Mas pelo menos aquele sujeira antiga foi liberada, afastando o que de antigo estava preso junto com ela. Só assim seremos livres, livres para encontrar o novo em novos desafios. Feliz Dia de Santo Antônio!!!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

O voo do Gafanhoto – O porquê do título

O mais novo título da Editora Livro Pronto, O Voo do Gafanhoto, recebeu esse nome pela ligação cognitiva que o autor faz na trama realista-ficcional entre o animal insectóide e a posição social das crianças exploradas pelo tráfico de drogas e de armas no centro financeiro do país. Assim como o gafanhoto é um bicho que voa baixo e tem vida curta, também o são os meninos olheiros do tráfico no Rio de Janeiro.
O gafanhoto é um animal semi-invertebrado. Tem ossos finos e não consegue se converter em borboleta como a lagarta. Mas quem seriam nossas lagartas? E quem seriam nossas borboletas? O gafanhoto também é o apelido dessas crianças abandonadas pela sociedade. Elas não chegam à adolescência, porque são devoradas pelas balas perdidas, nos tiroteios nos morros. E se multiplicam rapidamente. As crianças também, as que sobrevivem, acabam seguindo o roteiro do tráfico: ascendem social e economicamente no ramo; e se espalharam no país como um vírus, pelos estados. Por isso, o narcotráfico ganhou facilmente uma dimensão nacional, irradiando-se do eixo Rio-São Paulo para o resto do país.
Já o gafanhoto é um animal típico da restinga e da mata atlântica. Muita gente dos centros urbanos não sabe o que é um gafanhoto. A obra conta em ficção traços da realidade de um cunho jornalístico investigativo, com personagens como Severino, um ex-lenhador (desmatador, devastador), que se transforma no traficante mais influente do país e depois se converte dentro do sistema, a ponto de ser respeitado pelas elites brasileiras.
O quê? Lançamento do Livro O Voo do Gafanhoto, de Reinaldo Cabral.
Quando? 30 de abril de 2010.
Onde? Memorial à República, Jaraguá. Em frente ao coreto Jaraguá.
Que mais? Apresentações confirmadas de: Rogério Dias e Fagner Dubrown – Poesia Musicada no Pandeiro. Entrega de comenda ao Menestrel das Alagoas e ao Engº Beroaldo Maia.
Que horas? Começa de 19h e 30.
Quem bancou isso tudo? Patrocínio: A Editora Livro Pronto, na publicação; As Secretarias de Estado da Cultura- SECult e da Comunicação – SECOM e a Fundação Municipal de Ação Cultural - FMAC, o evento. O próprio autor, a obra e a organização do evento.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Sabatina Cultural sobre Publicação

Um representante de um grupo de artistas me encontrou ontem e sabatinou a respeito da publicação do livro que será lançado em Maceió, cujo evento contará com a resposta do Governador de Alagoas, Teo Vilela ao Manifesto de alguns artistas abaixo-assinados, redigido pela Ideário - idealizadora - e que está ainda colhendo assinaturas para ter força junto à classe política. Bem oportuno, claro, sendo 2010 ano eleitoral. Amigo artista, o Manifesto Cultural a respeito do qual falamos ontem, realmente ainda poderá ser apresentado ao Governador como um manifesto de um grupo com as assinaturas todas a que tiver direito, inclusive a minha e a do jornalista autor. Mas venha cá comigo combinar, dizer que pegaram o manifesto, disponível na internet e dizer que levaram para o governador ver como uma questão de falta de coleguismo, e com a classe, por favor, isto está mais para inveja do sucesso alheio, acredito que não precisemos disso para dizer quem é mais importante que ninguém, na verdade devemos querer o sucesso de todos, para que todos cresçamos juntos e com o apoio do ombro do amigo. Emfim, quem for da panela citada e que se sentiu ofendido ao comunicarem a existência do manifesto ao Governador, que se apresente e manifeste sua opinião, porque liberdade de expressão se faz fazendo e cada um que garanta o seu direito. O mesmo ato de lançamento do livro terá sim, a presença do Governador do EStado de Alagoas e se ele falar sobre isso, ótimo, se a classe panela artística ofendida estiver presente poderá se manifestar claramente, porque não estamos a favor da mordaça. Agora, colega, consciência, trabalho e juízo, que alcaçar o sucesso, só se conquista assim, com trabalho, consciência e insistência!

sábado, 3 de abril de 2010

Interações Medicamentosas

Então, sobre a pergunta que não quer calar: mas foi o homem que era mau e bebeu o chá para praticar o crime, ou o homem era bom, mas doido, e o chá potencializou o lado mau do homem, ou ainda, o homem era bom e o chá deixou ele doido?
Olha pessoal, do ponto em que estou posso responder ainda que tem uma quarta hipótese: o homem era psicótico, com potencial de doido, mas se apresentava como normal, aí começou a andar com algumas companhias, que vamos aqui chamar de más companhias, e começou a tomar o chá para se curar da dependência química, mas como não era um centro de recuperação de drogados, ele continuou o envolvimento com as drogas, e tomando o chá para se curar. Não passou pelo o que passam os internados em clínicas, pelo período de abstinência. Aí aconteceu o que chamamos de interação medicamentosa, deu um tiwuti, assim surtou! Isso pode acontecer com qualquer um. Qualquer um que fizer misturas de drogas, como álcool, remédio, e qualquer outra coisa e más companhias. Pronto é isso!

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Conselho de amigo...

Querida Cajucristal, há 80 anos o velho Guimarães Rosa escrevia: viver é perigoso. Portanto, basta que v. substitua essa sensação de perigo por outra mais humanamente interessante, a participação do perigo. Portanto, viva, escreva sobre o que v. vê aprecia, deprecia, faz, os valores que admira, sem esquecer que isso é PERIGOSÍSSIMO, e sucesso na sua jornada. Luz, Reinaldo*.
* é jornalista, trabalha no 3o. setor, e autor de O Voo do Gafanhoto.

O voo para quem quiser garantir o seu!


A partir de 30 de abril, quando será lançado em Maceió, num evento no Memorial à República, em Jaraguá, O Voo do Gafanhoto, tem tudo para estar entre os mais vendidos: a temática fictícia, com um pano de fundo realista, encara antigos acontecimentos divulgados pela mídia, como a inclusão do país na rota do narcotráfico e do tráfico de armas desde os seus primórdios; há décadas atrás, inclusive, quando a exibição das escolas de samba do Rio de Janeiro suspendiam a guerra entre os comandos de vendas de drogas nos morros e favelas cariocas e por eles eram patrocinadas.
A temática do livro nos leva ainda a questionar os atuais fatos divulgados pela mídia, de uma superficialidade frívola e sem ligação, entre eles os que envolvem jogadores de futebol em lavagem de dinheiro e jovens de classe média em assassinatos de pessoas religiosas que trabalhavam contra a dependência de drogas dos jovens em uma periferia de São Paulo, como resultado do serviço do narcotráfico no Brasil.
Ao ler olivro, é nítida a percepção sugerida pelo autor,queo governo está perdendo a guerra para o narcotráfico, e que os brasileiros estão, cada vez mais, encontrando situações de violência descabidas, mas com um claro envolvimento do comando do narcotráfico e do tráfico de armas no país.
Os leitores terão na publicação uma linguagem nova para tratar de um assunto bem atual: a ficção em romance-reportagem, com uma linha jornalística investigativa contando fatos da realidade, a história da relação do governo no combate ao narcotráfico e do tráfico de armas no Brasil.
Na obra, a história do personagem Severino, que sai do garimpo no Amazonas para bancar e vender drogas no Rio de Janeiro, se mistura a de outros personagens que tem muito o que contar... Só quem adquirir o exemplar descobrirá a continuação desta história... É reservar o seu para conferir!
A publicação é da Editora Livro Pronto. Exemplares podem ser pedidos por este blog, deixando contato, claro, pelo site http://www.aalong.com.br/ na parte de fale conosco, no site da editora Livro Pronto, ou nas livrarias mais próximas de você.

domingo, 28 de março de 2010

A Rã e a menina

*por Caju Cristal
Sob o mármore branco, ela pulava em saltitos. Não porque não tivesse força, mas pela pouca idade e estatura. Até aquela hora ainda ali, não havia morrido, por causa das nuvens que a protegeram do sol durante o singelo banho na borda do quadrado aquático de entretenimento, a piscina do clube. Sim, tenho certeza! Quando ela cansava do salto, vinha aquela microonda, e nesse instante ela se refrescava. De certo, que ao pulo de alguém mais corpudo, não era uma microonda, mas – de acordo com a proporção ser vivo animal e água – parecia bem um tsunami.
Bem, mas o que eu quero compartilhar mesmo é a experiência de amor natureza entre a rã e a menina... Quando ela me viu – a menina corpuda – sofrendo por ver o esforço vão daquele minúsculo ser, ocupante de um espaço terrestre do tamanho da minha unha, acredito que se comoveu... Por isto ouviu atenta minha instruções para tentarmos tirá-la – a rã – dali, antes que fosse esmagada, por algum humano no movimento mais brusco, até mesmo na saída daquele ambiente aquático.
Então, na beira da piscina, do lado de dentro, com meu filho no colo, motivo pelo qual não pude fazer mais pela rã do que já estava fazendo, comecei a instruir a menina:
- Ela precisa sair daqui – disse.
A menina então pôs-se a tentar pegá-la com as próprias mãos...
-Mas assim, não! Você vai conseguir retirá-la se pegar algo, como um chinelo, fizer ela subir e levantar a plataforma do chinelo até a superfície do chão acima do mármore da borda da piscina.
A menina entendeu, mas a rã, não! O bichinho até pulou em cima da nossa tábua de salvação, mas rapidamente mudou de lugar, esticando e encolhendo aquelas minúsculas patas, coisa única que ela devia saber fazer desde o seu nascimento. Algo instintivo, como o movimento de sucção dos bebês à procura do alimento, após receberem a luz!
Novamente seguiu minha orientação:
- Pegue este chapéu e oriente o pulo dela na direção do calçado...
Cedi meu protetor solar em forma de chapéu, aliás, fiz mais! Cedi o do meu filho, para este trajeto. Fi-lo porque havia água em abundância para lavar algum tipo de gosma que pudesse sair dali...
Enfim, o sucesso! Ela foi erguida à superfície seca antes da borda da piscina. Alívio para ambas as três partes!!! A menina e a rã naquele momento, senti que, viveram algo como um pacto. A menina, por ter ajudado um ser vivo da natureza, e a rã por ter cumprido sua função em sobreviver, para quem sabe morrer em um outro momento, que não aquele!
Só não era o fim! A menina se envolveu com o bichinho, e depois voltou ao local para perceber o andamento da situação. Admirada com a sobrevivência do anfíbio, ela ainda queria ajudar mais... E aí foi que a rã realmente correu perigo! No afã de pegá-la novamente com as próprias mãos, quase esmaga a bichinha com seu amor tácito, para não dizer, tátil pelo animal...
Mas uma vez me meti...
- Deixe-a ir. Se tentar pegá-la poderá matá-la esmagada!!!
Ela entendeu, mas não queria abandoná-la. Afinal, a rã havia sido motivo de um episódio em sua vida. Quantas vezes não teria visto pessoas correndo com nojo de um animal como aquele, e naquele formato mini, teria se aproximado de outra forma. Teria reformulado a concepção de mundo humanística, que destrói tudo que lhe incomoda, com repelentes, esmagadores de mosquitos, venenos, ..., para tentar reconstruir dentro de si mesma, que tanto a rã, quanto ela teriam o mesmo direito de viver mais um pouco, ou pelo menos tentar...

terça-feira, 16 de março de 2010

Emflores NE II

II EMFLORES Nordeste 2010

O Encontro ocorrera de 21 e 23 de maio de 2010 em Japaratinga/AL, estima-se neste ano de 2010 a participacao de 40 mulheres de todo o Nordeste tendo como tema central a Valorização da Infancia e adolescencia reunindo educadoras, estudantes, profissionais liberais, maes e donas de casa e tem previsto em sua programacao debates, oficinas educativas e rodas tematicas sobre assuntos eleitos pelo grupo – saude da mulher, parto natural, corpo e sexualidade, historias de vida, relacoes de genero, educação das crianças e adolescentes, com a participação de profissionais convidadas, tambem outras atividades como yoga, vivencias de biodanca, meditações, dinâmicas de grupo, experimentação de receitas e trabalhos artesanais significativos para o momento vivido pelas participantes.
Em um processo de contrucao participativo o II Emflores NE incentiva a construcao conjunta deste encontro de forma a aflorar a capacidade de unidas poderem se olhar na sociedade como membros participantes e determinantes, capazes de interagir, mudar e transformar em um espaco que se propoe o favorecimento de aprendizagens, de trocas de saberes e de sociabilidade promovendo o desenvolvimento social para essas mulheres,visando-as diretamente e de modo indireto repercutindo em seus nucleos familiares e consequentemente para a educacao de seus filhos e filhas Resaltando ainda, a immportancia do carater emancipador que o trabalho coletivo tem para as mulheres que dele participam, como um espaco e tempo dedicado a elas mesmas, complementando os demais quando estao voltadas ao atendimento das necessidades familiares, domesticas ou trabalho externo, onde lhes e possibilitada a troca de ideias, opinioes, onde se pode falar e ser ouvida.
Mulheres unidas com seus talentos, sentimentos, emoções e opiniões.

O que é o Emflores?
O Emflores – Encontro de Mulheres na Floresta surge no ano de 2007 na comunidade Ceu do Mapia – Floresta Amazonica no intuito de fortalecer os lacos de uniao entre as mulheres, valorizando potencialidades, integrando mulheres daimistas de todo o Brasil e estudando ações e projetos socio-culturais e de melhoria da organizacao comunitaria para a sustentabilidade e em prol da equidade, autonomia, resgate de identidade e auto-estima das mulheres.
Esse movimento tomou forca e repercute em todo Brasil tendo nascido deste momento outros movimentos de mulheres como o Emflores Nordeste reunindo mulheres daimistas de todo o nordeste, humanizando relações a partir de práticas e falas na construção de uma consciência cidadã e ambiental.
No I Emflores NE realizado em 2009 em Japaratinga/AL ocorreram debates sobre a importancia do movimento de mulheres, rodas tematicas acerca de saude, sexualidade, educacao, espiritualidade, problemas ambientais e sociais; e momentos de integracao com meditacoes e yoga, com a participacao da educadora e pesquisadora Maria Alice Campos Freire , fundadora do Centro de Medicina da Floresta que estende seus trabalhos as areas de educacao e saude comunitaria , atuando com programas de aprendizes, cursos, vivencias , educacao ambiental e preservacao florestal. Maria Alice desenvolveu juntamente com Isabel Barse os florais da amazonia e representa o Brasil no conselho internacional das treze "grandmothers" , uma alianca global que ensina maneiras ancestrais de oracoes, educacao e saude e e ainda membro da Alianca dos povos da floresta, uma ativista na defesa de nossas tradicoes e patrimonio.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Jornalista Alagoano Lança Romance-Reportagem Denúncia

Livro mostra Governo Perdendo Guerra Para Narcotráfico

*Reinaldo Cabral

Será lançado no final de abril a nível nacional, começando por Maceió,um romance-reportagem que vai dar o que falar. Em VOO DO GAFANHOTO, o jornalista Reinaldo Cabral, com passagem pelos jornais Gazeta de Alagoas, Jornal do Brasil e Folha de S. Paulo, mostra como o governo brasileiro vem perdendo há 50 anos a guerra contra o narcotráfico. Tema já transformado em calamidade pública nacional.

Obra única no gênero, esse é o sétimo livro da carreira literária do autor e seu terceiro romance, num estilo conciso e de linguagem candente por ele mesmo inaugurado em 1977, quando publicou seu primeiro romance, MATADOURO HUMANO,de grande repercussão na crítica.

O lançamento do VOO DO GAFANHOTO, com o selo da Livro Pronto Editora, de São Paulo,será primeiro em Maceió, onde mora o autor, e terá o apoio logístico do governo do Estado de Alagoas e da Prefeitura de Maceió, respectivamente através da Secult e da Fundação Cultural de Maceió.

*é jornalista, escritor e trabalha com o 3º setor.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Entrevista com pesquisadores e estudiosos no assunto sobre carnaval

*Raquel Vieira
Uma análise dos carnavais de hoje em dia; alienação do carnaval; dissociação de tipos/formas do carvanal com a origem cultural/religiosa.
A prática cultural de um povo pode ser vista como última no plano político, a se considerar o grau de relevância e imediatismo em relação a outros pontos como saúde, moradia e educação. Mas se consideramos por objetivo a formação de um povo ou sua conquista, ou ainda, a supressão de sua essência para a dominação de um grupo menor sobre a maioria, a prática cultural toma uma dimensão diferente. A fusão de traços de uma cultura com os de outra pode resultar numa alienação tal, que no fim das contas, não se saiba mais de onde exatamente aquela manifestação deve começo. Alguns chamam isso alienação cultural; outros consideram uma proposta antropofágica, como sugerido pela Semana de Arte Moderna, marco da expressão artística no início do século passado; outros ainda, uma resultante da globalização ou fruto de um sistema econômico excludente, o capitalismo. Maior exemplo disto é do que falaremos: o carnaval e o que ele se tornou.
A seguir a opinião e a visão de três pesquisadores e antropólogos de épocas distintas de Maceió, Alagoas, sobre a relação da cultura afro com a manifestação: carnaval; sua ligação e desvinculo com a identidade religiosa de matriz africana e sua continuidade por outras classes sociais, que não se abstém de lembrar dessas origens, embora não as incorporem para a prática do batuque.
Professor Sávio de Almeida. Professor da Universidade Federal de Alagoas, antropólogo e pesquisador do carnaval há 20 anos.
Para o professor, a observação sobre o carnaval hodierno em Alagoas, passa pela construção histórica formada a partir de dois momentos da participação do negro na formação do carnaval no NE brasileiro: 1º formando a sociedade e a cultura brasileiras, em expressões como o carnaval e a religião e num 2º momento: do movimento político negro, de luta dos direitos de etnia e cor.
Assim, para o professor antropólogo, a questão da formação do carnaval tem haver com a Teoria da Festa, cuja explicação encontraria duas correntes: uma defende que a festa colocaria a sociedade de ponta cabeça, sendo uma expressão popular de transgressão em resposta aos paradigmas vigentes, e às classes dominantes; a outra, sugere que a festa mantém as estruturas de dominação e autentica estas formas. Seria uma forma de aliviar a pressão social pela festa, mas mantendo-se a estrutura de dominação.
Um exemplo deste último, segundo Almeida, seria o atual carnaval privatizado de rua, e seu símbolo maior: a corda entre os foliões. É a própria expressão simbólica da divisão de classes. Ela dividiria a coisa pública, em duas, pública e privada. O indivíduo estaria autorizado a participar na parte de dentro da corda, apenas quando exercesse o poder do capital.
O professor ainda nos conta que alguns clubes foram criados especialmente para a manifestação cultural: “O Clube Fênix, por exemplo, foi criado para o carnaval”. E, “ali onde é a atual Óticas Flamengo, era a Rua dos Blocos de Carnaval de antigamente. Alguns blocos como o Cara Dura arrastavam de 3 a 5 mil foliões, havia também o Cavaleiro dos Montes, destes ainda existe Vulcão, que é o bloco da Polícia Militar”.
Então, finaliza o professor Sávio, que sempre houve carnaval em Maceió! E que, esse negócio de dizer que não tem carnaval em Maceió vem das próprias pessoas que moram aqui que foram afirmando isso, pois “foi se afirmando que em Maceió não havia carnaval”! E, hoje em dia, as agências de turismo vendem o destino Maceió como um lugar para se descansar nesse período, como se aqui não tivesse folia. O professor refuta essa idéia e afirma que “não é bem assim”! Para ele, o capital acabou com o carnaval de rua de Maceió!
Bruno César Cavalcanti, antropólogo e professor da Universidade Federal de Alagoas.
1- Como o professor observa as mudanças que ocorreram no carnaval de rua de Maceió, principalmente em relação aos blocos de origem afro, como os maracatus e caboclinhas, por exemplo?
Em primeiro lugar, mudanças ocorrem sempre, e em todo lugar. No caso de Maceió, é possível observar inúmeras mudanças no decorrer de décadas. Há mudanças positivas em relação ao que você chama de “blocos de origem afro”, que se encontravam desaparecidos há décadas e décadas e que retomam aos poucos o espaço festivo da cidade. Isso porque tivemos mudanças muito negativas para as expressões culturais negro-brasileiras após o episódio do Quebra de 1912, como já afirmei em um de meus artigos sobre o passado do Carnaval em Maceió.
Já os caboclinhos não retornaram, e talvez assim permaneçam. O que é compreensível. Não há acréscimo expressivo desta manifestação no carnaval fora do Recife. Os caboclinhos malograram em Maceió, entre outros, pela transferência para Pernambuco de seus principais membros, ou parte deles, como se sabe e se poder constatar na literatura referente ao tema dos grupos de caboclinhos no Carnaval do Recife. Até meados do século passado, Fernão Velho foi um reduto importante dos caboclinhos em Maceió.
O “retorno” de grupos denominados “afro” talvez se explique por diferentes fatores conjugados. A partir dos afoxés baianos, e dos grupos afro-baianos do Carnaval de Salvador, mas, sobretudo, dos maracatus de nação do Recife, vemos se formarem grupos “afro” em várias partes do Brasil, e que se apresentam no Carnavale fora dele. Também todo um movimento de valorização de vínculos étnicos ajuda bastante para essa aparição.
2- As influências culturais dos carnavais de outros estados como BA, PE e RJ, têm diminuído o interesse do povo local em se envolver com está época festiva em Alagoas? Talvez por achar um carnaval mais pobre, devido ao fausto da manifestação popular em outros estados?
Não creio que este seja o principal fator. Afinal de contas todos esses três centros a que você se refere também sofrem influências externas. O que ocorreu é que nesses lugares o Carnaval se tornou, e a cada vez mais, um assunto de grande importância para a economia e para a administração pública dessas capitais. No nosso caso foi mais dramático porque o modelo de festa carnavalescas à base do frevo é bastante dependente do poder público, dos poderes municipais, para a sua organização. Uma vez que nos exemplos que você forneceu temos uma conjunção de interesses públicos e privados, assistimos muito facilmente a formação de verdadeiras narrativas sociais de valorização da festa, dos lugares e do modo local de festejar; o que contribui para a publicização, a divulgação sistemática das virtudes desses Carnavais, para o marketing carnavalesco em alto padrão, o que faz movimentar as cidades e garantir a auto-reprodução das festas em grandes proporções. Mas essa não é uma boa solução para nós. É necessário se encontrar uma fórmula própria.
Na verdade, temos problemas estruturais, sociologicamente falando, nas relações entre elite econômica e povo, vivemos numa cidade de altíssimos índices de exclusão e nossa esfera pública é muito reduzida, ou seja, muitas vozes estão excluídas de qualquer debate, de qualquer participação numa política para o Carnaval local. Acho mesmo que o Carnaval reflete, em sua miséria, nossa rotina de descaso e exclusão sociais. Veja o que ocorre com a divulgação turística nos dias de Carnaval: Maceió é vendida como um bom leito para os que fogem das festas nas cidades que você citou, como um paraíso de sossego. Ou seja, é um discurso para os outros, e não para seus habitantes. Obviamente que cabe ao povo fazer a sua festa; e isso é sempre mais difícil (aqui e em qualquer lugar) quando os poderes públicos constituídos dizem para não se fazer nada que atrapalhe a imagem desejada pelos setores que lucram com nosso simulacro anual de Carnaval, que são as prévias de Maceió, seja ela na enseada de pajuçara durante o dia ou em Jaraguá durante a noite. É uma caricatura de Carnaval.
Respondendo mais diretamente o que vc perguntou eu diria que o interesse por Carnaval é algo alimentado, que se reproduz. Não é nada inerente aos habitantes daquelas cidades que nos falta. Falta motivação para sair às ruas, para criar pequenos blocos de amigos etc. E veja que depois do Pinto da Madrugada muita gente se motivou a fazê-lo. O Pinto leva (assim como no “rabo do Galo da madrugada”) consigo vários e minúsculos grupos assim. Em minha opinião, o principal problema é a divisão espacial da festa carnavalesca na cidade. A cidade é muito dividida, socialmente dividida, e reproduz isso em seu Carnaval. Isso não ocorre nas mesmas proporções nas cidades que vc citou, e que são reputadas como tendo grandes Carnavais. Não quer dizer que esses segmentos sociais se misturem, mas é muito importante que se substituam no mesmo especo. Em Maceió, decididamente, não se quer que isso ocorra. Ao contrário, há esforços para segregar as populações, os dias, os momentos festivos.
3- Sobre o empoderamento da classe média em relação aos maracatus. O professor vê um certo desvirtuamento do folguedo em virtude do proposital desligamento com a religião afro, berço de sua origem/cultura?
Não, não vejo mal nisso. A liberdade de reinventar, de mesclar, de criar, deve ser preservada sempre, particularmente no ambiente das expressões artísticas. O bom é que se garanta o direito de manifestação para todos, inclusive para quem reivindica o retorno às “origens”, ou vínculos culturais bem demarcados, identitários e tal. Não fossem esses “para-maracatus” muita gente não se aproximaria dessa manifestação. Vejo, portanto, como uma espécie de triunfo dos maracatus tradicionais toda essa contaminação sonora, espiritual, e mesmo religiosa, que geraram através da admiração de que foram objeto.
Quanto ao fenômeno a que você se refere, ligados à proliferação de “maracatus”, vejo como algo saudável. É a base percussiva e o apelo estético de alfaias e adereços que atrai tanto. É preciso considerar ainda que o maracatu proporcionou ao não músico uma experiência musical direta, o som dos tambores. Não seria possível para tantos quanto desejem montar um trio elétrico ou uma orquestra de sopro sair por aí, tocando no Carnaval. Depois, esse crescimento expressa uma aproximação, em maior ou menor grau, com causas e bandeiras sociais e culturais do universo afro-brasileiro.
Christiano Barros Marinho da Silva, antropólogo e membro do Coletivo AfroCaeté.
Trajetória como antropólogo e pesquisador se aproxima mais do tema das comunidades indígenas. E dentro do tema dos povos indígenas ele se especializou em práticas curativas entre os índios da região do Baixo São Francisco. Enquanto pesquisador, trabalhou no Atlas das Terras Indígenas de Alagoas e atualmente realiza o Mapeamento Etnográfico das Comunidades Negras Quilombolas de Alagoas.
1- Como o pesquisador observa as mudanças que ocorreram no carnaval de rua de Maceió, principalmente em relação aos blocos de origem afro, como os maracatus e caboclinhas, por exemplo?
O carnaval em Alagoas eu vivencio enquanto militante pela cultura popular e enquanto brincante, integrante de um grupo de percussão e discussão, o Coletivo AfroCaeté. Bem, apesar de não ser o campo em que me especializei, procuro disciplinar o meu olhar sobre essas questões.
Olha, mudança sempre ocorrem por causa do dinamismo da história e da cultura. Porém o processo histórico foi desfavorável as manifestações negras, especificamente as de origem afroreligiosa. A existência de práticas ligadas a cultura negra nunca foi aceita de maneira harmônica.
Quando pensamos em manifestações coletivas envolvendo o maracatu em Maceió, ou em qualquer outro lugar, não devemos procurar uma linha histórica que ligue a um passado, é importante observá-las no presente, na sua dinâmica contemporânea. É evidente que jamais encontraremos uma linha histórica ligando o passado ao presente. Manifestações culturais se modificam e também podem ser criadas e recriadas. A tradição pode ser inventada. Temos que dissipar a delimitação de uma área exclusivamente tradicional da cultura popular. Sua legitimidade não está condicionada somente a tradição, a uma continuação sem quebras e sem mudança de algo que teve a sua origem lá no passado.
Carnaval é uma manifestação da cultura popular. E cultura popular é dinâmica, em constante transformação, ela dialoga com a modernidade. A junção de elementos, o hibridismo presente em manifestações da cultura popular, sempre impressiona muito. Mostra o quanto é rica e complexa a cultura. Mudança é algo que não devemos nos preocupar. A gente tem mais é que celebrar a modernidade, a universalidade, a dinamicidade presente na cultura popular, na cultura tradicional, na cultura afro.
2- As influências culturais dos carnavais de outros estados como BA, PE e RJ, tem diminuído o interesse do povo local em se envolver com está época festiva em Alagoas? Talvez por achar um carnaval mais pobre, devido ao fausto da manifstação popular em outros estados?
Vários fatores levam ao atual desinteresse pelo carnaval em Maceió. O fenômeno faz parte de um complexo processo que resulta no quadro atual. Possuímos uma identidade cultural frágil, ou fragilizada por sucessivos acontecimentos ao longo da história. O interesse pelo carnaval de fora é grande porque temos a nossa identidade fragilizada. Carnaval é uma manifestação popular ligada a tradição cultural local. Cultura tradicional representa a soma dos nossos valores ancestrais, passados de uma geração para outra. E isso é importante porque vai dar a nossa identidade cultural.
Acontece que em todas as épocas a classe dominante da sociedade investe em um modelo de cultura que sejam do seu interesse. E isso faz parte de um fenômeno de desestruturação da cultura local. A desestruturação cultural facilita a manipulação do jogo; a fragilização da identidade. O jovem sem identidade cultural é um jovem vulnerável a qualquer tipo de influência, sem compromisso com a produção cultural local. E assim acaba por desvalorizar uma realidade próxima e valorizar algo mais distante. Contribui pra isso a força globalizante das comunicações em nosso mundo atual.
Mas, a pesar de tudo, existe um crescente e renovado interesse pela cultura popular, e pela cultura afro. Grupos têm surgidos e, com muita luta, têm ganhado visibilidade. Grupos antigos têm se fortalecido. Várias pessoas pela cidade têm trabalhado incansavelmente para isso. Através do trabalho de militância dessas pessoas, espaços de visibilidade para a cultura são criados.
Então, a cultura popular resiste. E traz dentro dela uma força revolucionária. Ela é criativa e resistente aos interesses da classe dominante. Sou otimista. Vejo o carnaval especificamente como um rito libertador. Que faz o indivíduo sem visibilidade dentro de um círculo social passar da posição de espectador para a de ator do espetáculo. De um modo geral a cultura tradicional popular contribui na formação do indivíduo. O elo com a cultura favorece a elevação da autoestima, da confiança, principalmente entre os jovens.
3- Sobre o empoderamento da classe média em relação aos maracatus. O pesquisador vê um certo desvirtuamento do folguedo em virtude do proposital desligamento com a religião afro, berço de sua origem/cultura?
A gente tá vivenciando um novo momento. Eu não chamaria de empoderamento. Vejo o fenômeno como parte de uma movimentação de afirmação da identidade cultural e de pertencimento a um lugar, não só como algo físico e espacial. E esse fenômeno é positivo na medida em que vem acompanhado de conscientização e conhecimento das práticas ligadas a cultura afroreligiosa. E da possibilidade da inserção da cultura negra em diversas classes sociais. Assim, os grupos atuais podem se tornar aliados na luta por respeito a diversidade, seja ela cultural ou religiosa.
O Brasil, e especificamente Alagoas, tem uma dívida histórica com a cultura afroreligiosa, e com as religiões de matrizes africanas de um modo geral. No passado, maracatus, afoxés e outras manifestações eram comuns nos terreiros de Xangô e Candomblé em Alagoas. Muitas manifestações foram extintas com a perseguição aos terreiros, principalmente após a infeliz ação conhecida como “o quebra de Xangô”, que teve seu ápice 1912 com a morte em praça pública de Tia Marcelina, ícone da Cultura Negra em Alagoas. Inclusive registros indicam que no seu terreiro existia um maracatu. As manifestações culturais de origem afroreligiosa que conseguiram resistir foram tachadas ou autodenominaram-se de folclóricas para continuar existindo. Isso aconteceu também com as práticas indígenas.
Então, não é a toa que existe uma invisibilidade do batuque e das manifestações culturais de origem afroreligiosa em Alagoas. No passado a sociedade tinha aversão aos afoxés e maratatus, por causa da associação com a vida religiosa, chegavam considerá-los como sendo a própria religião. Hoje o preconceito continua forte a qualquer tipo de manifestação que tenha associação direta ou indireta com as religiões de matrizes africanas, e isso nos chama a responsabilidade. Chama a responsabilidade a todos os grupos que tem em sua base a percussão de origem afroreligiosa. Independente de classe, o batuque tem um chamamento ancestral, e ele também chama para a luta por respeito a diversidade.
E a despeito de todo processo histórico, hoje os terreiros de Candomblé e Umbanda em Alagoas são ativos e atuantes, e representam verdadeiros centros de resistência da cultura africana no Brasil, da cultura afrobrasileira. É de lá que se irradia o axé, a força de nosso batuque, da cultura negra, da cultura brasileira.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

A contribuição das formigas no equilíbrio ambiental

Raquel Brandão*
As formigas são um tipo de animal artrópodes. Elas vivem em sociedade de forma bem diferente de nós, a milhares de anos. Enquanto algumas poucas reproduzem, a maioria delas está na função de operária, trabalhando na busca por alimento para o formigueiro e no transporte desse alimento para a colônia. Isto é, elas dividem as tarefas de forma que nenhuma delas passe necessidade, e a perpetuação da espécie está sempre sendo cuidada.
Outra característica específica das formigas – que foi o que me motivou a escrever este artigo – está intimamente relacionada com o planeta Terra e a temperatura do ambiente: enquanto, incansáveis, constroem túneis que as façam chegar mais rapidamente e com segurança no centro de armazenagem do alimento no formigueiro, elas contribuem para a redução da temperatura da terra e conseqüentemente para a perpetuação de todas as espécies de seres vivos.
Dizem os estudos sobre o inseto que, quando elas trabalham de forma redobrada, é porque nuvens e tempestades estão prestes a ocorrer. Assim elas garantem o alimento por vários dias, protegidas do frio. Talvez seja esse o motivo pelo qual chamamos os outros e a nós mesmos por formiga, quando nos vimos incansáveis diante do trabalho.
O ponto de questionamento que nos fez pensar e repensar essas questões, esbarra na realidade da proliferação cada vez maior destes insetos e na incompreensão humana observada com estes animais até então. Certamente que poderia citar uma meia dúzia de ocasiões em que presenciei o respeito para com as tais apreciadoras de açúcar e restos de alimentos, como por exemplo, o dia em que trabalhando no planejamento estratégico de uma organização não-governamental, admirei-me com a atitude da presidenta, quando ao invés de esmagar as benditas trabalhadoras, espantou-as batendo com o talher no açucareiro, de forma que elas se dispersaram. Recentemente, em outra ocasião e instituição, vi pessoas tentando se esquivar de esmagá-las no caminho, demonstrando sensibilidade admirável para com as trabalhadeiras.
Atitudes como esta podem servir de riso em alguns momentos, mas olhando com carinho certamente serviria de educação ambiental a vários interessados no assunto e aprendizes das relações ambientais. Por que não aprendemos com elas a nos defendermos das catástrofes, ou tragédias que poderiam ser evitadas se ao virmos uma quantidade exagerada das minúsculas, incessantes no trabalho, lembrássemos que deveríamos também nos precaver?
Uma pena porque será que um dia nos arrependeremos, mais do que hoje, pelo aquecimento global, pela nossa incompreensão com os bichinhos minúsculos, que trabalham incessantes no sentido de se perpetuarem instintivamente e que acabam nos auxiliando nessa empreitada? Certamente pensaremos em por quê não deixamos, elas, as formigas viverem mais, para que também nós possamos viver mais e melhor? Por que não deixamos elas viverem em paz, nos seus caminhos de ventilação, que ajudam a terra respirar e entrar água no solo? E em por quê elas continuam nessa árdua tarefa sem a nossa ajuda, trabalhando sem nem pensar que podem ser esmagadas a qualquer momento? É uma pena, mas é a diferença entre nossa evolução e a evolução delas, acredito que os outros animais tenham mais consciência ambiental que nós, seres humanos. Mas não desisto, acredito que ainda podemos melhorar, por isto, estas palavras.
*jornalista e consultora do terceiro setor em Alagoas