sábado, 3 de abril de 2010

Interações Medicamentosas

Então, sobre a pergunta que não quer calar: mas foi o homem que era mau e bebeu o chá para praticar o crime, ou o homem era bom, mas doido, e o chá potencializou o lado mau do homem, ou ainda, o homem era bom e o chá deixou ele doido?
Olha pessoal, do ponto em que estou posso responder ainda que tem uma quarta hipótese: o homem era psicótico, com potencial de doido, mas se apresentava como normal, aí começou a andar com algumas companhias, que vamos aqui chamar de más companhias, e começou a tomar o chá para se curar da dependência química, mas como não era um centro de recuperação de drogados, ele continuou o envolvimento com as drogas, e tomando o chá para se curar. Não passou pelo o que passam os internados em clínicas, pelo período de abstinência. Aí aconteceu o que chamamos de interação medicamentosa, deu um tiwuti, assim surtou! Isso pode acontecer com qualquer um. Qualquer um que fizer misturas de drogas, como álcool, remédio, e qualquer outra coisa e más companhias. Pronto é isso!

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Conselho de amigo...

Querida Cajucristal, há 80 anos o velho Guimarães Rosa escrevia: viver é perigoso. Portanto, basta que v. substitua essa sensação de perigo por outra mais humanamente interessante, a participação do perigo. Portanto, viva, escreva sobre o que v. vê aprecia, deprecia, faz, os valores que admira, sem esquecer que isso é PERIGOSÍSSIMO, e sucesso na sua jornada. Luz, Reinaldo*.
* é jornalista, trabalha no 3o. setor, e autor de O Voo do Gafanhoto.

O voo para quem quiser garantir o seu!


A partir de 30 de abril, quando será lançado em Maceió, num evento no Memorial à República, em Jaraguá, O Voo do Gafanhoto, tem tudo para estar entre os mais vendidos: a temática fictícia, com um pano de fundo realista, encara antigos acontecimentos divulgados pela mídia, como a inclusão do país na rota do narcotráfico e do tráfico de armas desde os seus primórdios; há décadas atrás, inclusive, quando a exibição das escolas de samba do Rio de Janeiro suspendiam a guerra entre os comandos de vendas de drogas nos morros e favelas cariocas e por eles eram patrocinadas.
A temática do livro nos leva ainda a questionar os atuais fatos divulgados pela mídia, de uma superficialidade frívola e sem ligação, entre eles os que envolvem jogadores de futebol em lavagem de dinheiro e jovens de classe média em assassinatos de pessoas religiosas que trabalhavam contra a dependência de drogas dos jovens em uma periferia de São Paulo, como resultado do serviço do narcotráfico no Brasil.
Ao ler olivro, é nítida a percepção sugerida pelo autor,queo governo está perdendo a guerra para o narcotráfico, e que os brasileiros estão, cada vez mais, encontrando situações de violência descabidas, mas com um claro envolvimento do comando do narcotráfico e do tráfico de armas no país.
Os leitores terão na publicação uma linguagem nova para tratar de um assunto bem atual: a ficção em romance-reportagem, com uma linha jornalística investigativa contando fatos da realidade, a história da relação do governo no combate ao narcotráfico e do tráfico de armas no Brasil.
Na obra, a história do personagem Severino, que sai do garimpo no Amazonas para bancar e vender drogas no Rio de Janeiro, se mistura a de outros personagens que tem muito o que contar... Só quem adquirir o exemplar descobrirá a continuação desta história... É reservar o seu para conferir!
A publicação é da Editora Livro Pronto. Exemplares podem ser pedidos por este blog, deixando contato, claro, pelo site http://www.aalong.com.br/ na parte de fale conosco, no site da editora Livro Pronto, ou nas livrarias mais próximas de você.

domingo, 28 de março de 2010

A Rã e a menina

*por Caju Cristal
Sob o mármore branco, ela pulava em saltitos. Não porque não tivesse força, mas pela pouca idade e estatura. Até aquela hora ainda ali, não havia morrido, por causa das nuvens que a protegeram do sol durante o singelo banho na borda do quadrado aquático de entretenimento, a piscina do clube. Sim, tenho certeza! Quando ela cansava do salto, vinha aquela microonda, e nesse instante ela se refrescava. De certo, que ao pulo de alguém mais corpudo, não era uma microonda, mas – de acordo com a proporção ser vivo animal e água – parecia bem um tsunami.
Bem, mas o que eu quero compartilhar mesmo é a experiência de amor natureza entre a rã e a menina... Quando ela me viu – a menina corpuda – sofrendo por ver o esforço vão daquele minúsculo ser, ocupante de um espaço terrestre do tamanho da minha unha, acredito que se comoveu... Por isto ouviu atenta minha instruções para tentarmos tirá-la – a rã – dali, antes que fosse esmagada, por algum humano no movimento mais brusco, até mesmo na saída daquele ambiente aquático.
Então, na beira da piscina, do lado de dentro, com meu filho no colo, motivo pelo qual não pude fazer mais pela rã do que já estava fazendo, comecei a instruir a menina:
- Ela precisa sair daqui – disse.
A menina então pôs-se a tentar pegá-la com as próprias mãos...
-Mas assim, não! Você vai conseguir retirá-la se pegar algo, como um chinelo, fizer ela subir e levantar a plataforma do chinelo até a superfície do chão acima do mármore da borda da piscina.
A menina entendeu, mas a rã, não! O bichinho até pulou em cima da nossa tábua de salvação, mas rapidamente mudou de lugar, esticando e encolhendo aquelas minúsculas patas, coisa única que ela devia saber fazer desde o seu nascimento. Algo instintivo, como o movimento de sucção dos bebês à procura do alimento, após receberem a luz!
Novamente seguiu minha orientação:
- Pegue este chapéu e oriente o pulo dela na direção do calçado...
Cedi meu protetor solar em forma de chapéu, aliás, fiz mais! Cedi o do meu filho, para este trajeto. Fi-lo porque havia água em abundância para lavar algum tipo de gosma que pudesse sair dali...
Enfim, o sucesso! Ela foi erguida à superfície seca antes da borda da piscina. Alívio para ambas as três partes!!! A menina e a rã naquele momento, senti que, viveram algo como um pacto. A menina, por ter ajudado um ser vivo da natureza, e a rã por ter cumprido sua função em sobreviver, para quem sabe morrer em um outro momento, que não aquele!
Só não era o fim! A menina se envolveu com o bichinho, e depois voltou ao local para perceber o andamento da situação. Admirada com a sobrevivência do anfíbio, ela ainda queria ajudar mais... E aí foi que a rã realmente correu perigo! No afã de pegá-la novamente com as próprias mãos, quase esmaga a bichinha com seu amor tácito, para não dizer, tátil pelo animal...
Mas uma vez me meti...
- Deixe-a ir. Se tentar pegá-la poderá matá-la esmagada!!!
Ela entendeu, mas não queria abandoná-la. Afinal, a rã havia sido motivo de um episódio em sua vida. Quantas vezes não teria visto pessoas correndo com nojo de um animal como aquele, e naquele formato mini, teria se aproximado de outra forma. Teria reformulado a concepção de mundo humanística, que destrói tudo que lhe incomoda, com repelentes, esmagadores de mosquitos, venenos, ..., para tentar reconstruir dentro de si mesma, que tanto a rã, quanto ela teriam o mesmo direito de viver mais um pouco, ou pelo menos tentar...