A Arte que vem das Árvores
Ele recolhe galhos de
amendoeiras, aroeiras, goiabeiras e palmas de palmeiras... para formar peças
únicas de arte decorativa, num processo instintivo de criação e reciclagem.
Raquel
Brandão
Os
olhos arregalados e um pouco de espanto ao perceber a singularidade do trabalho
do artista visual alagoano, Marcos Pereira, é a impressão que se tem do público
que passa pelo stand de peças rústicas decorativas presente à Expoarte. “Quando
as pessoas veem, elas se espantam em como é possível criar tanta coisa bonita e fazem
uma reflexão da importância do reaproveitamento”, afirma o artista visual e
escultor. Indo à exposição, é possível perceber peças únicas em material
recolhido do meio ambiente, e ele estará até o final deste mês de setembro na
Praça Central do 1º piso do Parque Shopping Maceió em Cruz das Almas, em
horário comercial.
Marcos
descobre em galhos de árvores com boa qualidade de madeira, como a aroeira,
amendoeira e goiabeira, curvas que se encaixam poeticamente. Mas, além disso,
consegue transformar sua arte em utilitária, que vai servir de peças de
decoração em ambientes os mais diversos. Quem nunca pensou numa luminária feita
de palma de palmeira, próxima a um balanço de madeira, decorando uma área de
lazer mais rústica? Esses são cenários bem próximos da singularidade que as
peças de Marcos provocam. A simplicidade e a rusticidade nos levam a pensar no
caminho inverso da pressão pela rapidez tecnológica... Quanto tempo, levaríamos
para esperar que aquele material se decompusesse na natureza, é uma reflexão
que temos naturalmente ao deixarmos a obra da arte de Ritma nos impressionar.
Alagoano de
nascença, Marcos Ritma, ainda se sente enraizado na Bahia, de onde voltou há
quatro anos, mas onde morou por 36 anos e começou sua trajetória como artista.
“Eu devo muito à Bahia, porque foi lá que pude resgatar e expandir minha
criatividade e comecei a testar essas ideias com os materiais”, afirma. Marcos
lembra com saudade de Rita, sua principal inspiradora, com quem foi casado, e
cujo nome em junção com o seu, inspirou a marca de trabalho, Ritma. Os olhares
de admiração dela o estimularam em desenvolver o dom artístico de mesclar
curvas de galhos e material descartado da natureza começando por “bagunçar a
sala” do apartamento onde moravam, permitiu que ele reativasse um sonho antigo
de ser artista, de criar arte.
As
linhas desenhadas através de suas composições visuais facilmente sugeririam
algum conhecimento em engenharia, física ou arquitetura, mas é “tudo
intuitivo”, afirma. “Vou pegando o que é
facilmente descartado pela natureza, como galhos da poda de uma árvore, por
exemplo, já me sugere curvas, linhas que se cruzam e criam formas as mais
inusitadas, mas que se transformam em peças decorativas de mesa, de parede,
cacos para vasos de plantas, luminárias com palmas de palmeiras, enfim...”,
descreve Pereira.
A coleta desse material - segundo
ele, “fácil de achar, na praia, na rua, em qualquer lugar... no mangue”, já se
configura na própria sugestão da arte, já que faz o indivíduo refletir porque
não tinha visto que aquele material poderia ser reaproveitado... Deve vir daí a
surpresa para algumas pessoas ao se depararem com os objetos de Marcos Ritma.
“Eu bato o olho num galho que estava no chão... e pronto! Lá estou criando uma
peça novamente”, afirma ele, já apontado para dois troncos de árvore e
afirmando que será sua próxima criação! “Estes galhos, vou transformá-los numa
mesa...” E nós não duvidamos, porque os centros que ele cria com tampos de
vidro, são as primeiras peças vendidas na exposição que participa atualmente no
Parque Shopping Maceió, em Cruz das Almas. Com peças suas e de outros artistas,
como Jackson Lima – escultor alagoano, e Enaldo – artista visual, Marcos
aprecia compartilhar o espaço de forma produtiva, e afirma que, “são produtos
que tem a ver com a minha proposta, no final tudo se soma, é uma oportunidade
de estar próximo de outros artistas e de outros clientes, e apreciadores de
arte, também”, observa.
Em vinte dias de feira ele já vendeu uma boa quantidade das mais de 80 peças que produziu. E se prepara para fazer mais negócios até o final deste mês. Ele lembra ainda que ao se encerrar a mostra, ele continua com uma exposição permanente, tanto na sua página nas redes sociais, quanto no ateliê, onde produz suas criações no bairro da Pajuçara, facilmente acessível por agendamento. E conclui, “futuros eventos surgirão”, afirma.
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